O universo compartilhado, muito parecido com o Universo Marvel nos quadrinhos, foi estabelecido por cruzar elementos comuns do enredo, cenários, elenco e personagens.
Embora o conceito de um universo partilhado não fosse novo ou único na banda desenhada em 1961, Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko, dentre outros, criaram diversos títulos em que o que acontecia num deles tinha repercussões nos restantes.
Não se tratava da primeira vez que os personagens da Marvel interagiam – Namor e o Tocha Humana original tinham sido rivais durante a Era de Ouro da Marvel – mas era a primeira vez que os personagens da mesma editora de banda desenhada pareciam partilhar o mesmo mundo.
No entanto, alguns argumentistas escreveram histórias em que personagens de um universo visitavam outro universo e interagiam com os personagens deste, o que era encarado editorialmente como um crossover.
Como tal, foram escritas uma série de histórias sobre o Esquadrão Supremo, um grupo de super-heróis de uma Terra alternativa – que não pertencia ao Universo Marvel principal – que muito se assemelhavam à Liga quanto aos seus poderes e passado, apesar de terem nomes e fatos diferentes dos originais, o que permitia à Marvel invocar uma negação plausível de plágio.
O facto dos argumentistas dessas histórias terem tratado este acontecimento não como uma partida, mas com grande respeito, permitiu os desejados crossovers.
Em 1982 a Marvel publicou a minissérie Contest of Champions (no Brasil - Torneio dos Campeões), na qual a maioria dos principais heróis da editora na altura foi reunida para lidar com uma ameaça.
Os títulos principais do universo Marvel ocorriam em Nova Iorque, tentando retratar a cidade e o mundo realisticamente com a presença de super-humanos a afetar a vida dos cidadãos comuns das mais variadas formas.
Em 1986, por altura do 25º aniversário da Marvel Comics, o então director Jim Shooter lançou uma nova linha editorial, intitulada o Novo Universo, a qual pretendia ser ainda mais realista quanto à presença de indivíduos com superpoderes no nosso planeta.
Ao longo dos anos, à medida que o número de títulos publicados aumenta e o volume de histórias passadas se acumula, é cada vez mais difícil manter a consistência interna, sem que ocorram erros de continuidade.
Existiram algumas tentativas menores nos últimos anos, tendo como preocupação chegar aos leitores neófitos que desconhecem as décadas constantes do passado dos personagens.